ECOTURISMO PARAENSE

 O Pará tem muita história para contar e natureza para exibir: os sítios arqueológicos de Monte Alegre, as praias rústicas de Maiandeua e Curuça, os casarios portugueses de Óbidos e Alenquer, o patrimônio arquitetônico de e a floresta em Belém, manguezais das cidades oceânicas, a floresta e praia em Santarém.
 O Estado oferece grandes atrativos turísticos, principalmente de origem natural, fato atestado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que concluiu que o Pará é dono de 49% das atrações naturais da Amazônia. O estímulo à atividade turística se dá por dois fatores: a execução de obras que embelezam cidades paraenses e a divisão do Estado em seis pólos turísticos, que contemplam diversas vertentes da atividade.

 A natureza foi generosa com o Pará, com a combinação de vários ecossistemas marcantes, vastos tipos de fauna e flora fazem da região amazônica única no mundo (rios, praias, mangues, florestas, campos alagados). 
 O homem da Amazônia, no Pará, tem uma relação curiosa com as águas, seja em busca da sua sobrevivência na pesca, seja no ir e vir diário, que faz dos rios a sua rua e das embarcações seu principal meio de transporte. Essa vida em função dos elementos da natureza é um dos fatos que mais atrai visitantes que desejam conviver com a cultura essencialmente amazônica presente no Pará. Seja na pesca esportiva, turismo ecológico e de aventura ou na vivência de experiências, os fatores naturais atraem a atenção dos visitantes que desejam desfrutar do turismo no estado.


 O Pará tem três pólos para oferecer aos interessados atrativos naturais e culturais: o Pólo Tapajós, a oeste do estado; o Pólo Marajó, na maior ilha fluviomarinha do mundo; e o Pólo Costa Atlântica, que envolve a capital, Belém, e outras cidades do litoral atlântico.
 Tendo como portão de entrada a bela cidade de Santarém, o Pólo Tapajós oferece atrativos diversificados aos visitantes. As cidades que o integram estão situadas na junção dos rios Amazonas e Tapajós, constituindo uma rede de canais, áreas inundáveis e lagos, propícios à pesca esportiva e à observação da fauna. Durante o verão, de agosto a dezembro, as águas esverdeadas do rio Tapajós baixam, fazendo surgir praias de areias alvas, entre as quais as da Vila de Alter do Chão (38 km de Santarém).
 A Floresta Nacional do Tapajós é conhecida por suas belezas naturais. O grande rio que banha as terras ribeirinhas muda de cor a cada hora do dia (azul, amarelo, laranja, vermelho e prateado). Também muda de tamanho. No inverno, quando chove bastante, fica bem cheio formando os igapós. De canoa é possível andar no meio da floresta. Já no verão, o rio baixa, fica encolhidinho, quando aparecem as praias com suas areias brancas possibilitando a atividade da piracaia.
 Subindo a serra o visitante pode admirar a floresta, com árvores altas e grossas, como a sumaúma. Tem madeira de lei como o cedro, o jatobá e outras que fornecem óleos como a andiroba e a copaíba, além de seringueiras, cortadas na diagonal para se extrair seu leite. São tantas espécies, com frutos tão diferentes, que é difícil conhecer todas, mas pode-se avistar castanhas do Pará e a sapucaia.
 O pouso das garças ao pôr do sol em Monte Alegre é um dos espetáculos naturais inesquecíveis da região. Monte Alegre é, também, a sede de um Parque Estadual de mesmo nome, que abriga sítios arqueológicos com pinturas rupestres, com destaque para a Gruta da Pedra Pintada, onde escavações encontraram os mais antigos vestígios da ocupação da Amazônia e da América, de cerca de 11 mil anos.
 A oito quilômetros do município de Curuçá (nordeste do Pará) está localizada a primeira praia em mar aberto depois da foz do Amazonas. A praia da Romana é um dos pedaços mais bonitos e menos explorados do litoral paraense. São 14 quilômetros de areia branca e dunas. Lugar pintado de vermelho pela revoada dos guarás. Uma beleza deserta e conhecida ainda por poucos. A maioria dos que já visitaram este paraíso são estrangeiros. Vivem ali pescadores e agricultores habitantes da Reserva Extrativista Mãe Grande, que abriga um dos maiores manguezais contínuos do mundo, cerca de 37 mil hectares. 


 A Romana ficou mais conhecida através de ações de turismo de base comunitária. Em parceria com a Casa da Virada, projeto da ONG Intituto Peabiru, a comunidade criou roteiros de ecoturismo e contribuiu para a fundação do Intituto Tapiaim, que organiza as trilhas e conduz os visitantes, mostrando as belezas e riquezas do mangue e a cultura dos pescadores e catadores de caranguejo que vivem no local.

 O Parque Estadual do Utinga é uma opção de lazer para moradores de Belém e visitantes durante o mês de julho. O local, criado em 1993, tem uma área equivalente a 1.400 campos de futebol e está localizado na área urbana da capital, permitindo que quem gosta da natureza possa conferir um pedaço tranquilo da Amazônia a poucos quilômetros do centro da cidade.

 A área pode ser utilizada para caminhar, andar de bicicleta, e, principalmente, para aprender sobre a conservação do meio ambiente. Para quem gosta de ecoturismo existem 8 opções de trilhas com diferentes percursos - todas em contato direto com as diversas espécies da fauna e flora da região. As trilhas podem ser feitas com agendamento prévio. Os grupos devem ser formados por pelo menos 7 pessoas. O percurso mais utilizado pelos visitantes é do da “Trilhado Macaco”, em homenagem à espécie macaco de cheiro que habita no local. O trajeto dura, em média, 40 minutos.
 As fazendas e campos inundáveis da Ilha de Marajó são os atrativos principais do Pólo Marajó. Banhada pelas águas dos rios Amazonas, Pará e Tocantins e pelo Oceano Atlântico, Marajó abriga a maior manada de búfalos do país, o faz deste ruminante uma presença constante no cotidiano marajoara, sendo utilizado inclusive como montaria. Roteiros de turismo rural, envolvendo passeios de búfalo, estão entre as atividades disponíveis. Por causa de sua situação ecológica, a ilha atrai grandes quantidades de aves e peixes, favorecendo a observação de aves e a pesca esportiva.
 Composto por doze municípios, o Pólo Costa Atlântica tem como maiores atrativos o rico patrimônio histórico e arquitetônico da capital, como o Museu Emilío Goeld, o Teatro da Paz e outros, Belém é o portão de entrada do estado, manguezais e as praias oceânicas de seu litoral. Em São João de Pirabas, a pesca esportiva em alto mar e a observação de aves de seus manguezais são atividades que atraem muitos turistas. Outros municípios próximos, como Tracateua, Maracanã, Marapanim e Curuçá também apresentam manguezais extensos e matas que atraem grandes quantidades de aves.

 O Pólo Tapajós é uma das regiões de ocupação portuguesa mais antiga da Amazônia, tendo, por isso, um rico patrimônio histórico. Cidades como Alenquer, Óbidos e Monte Alegre detêm um patrimônio histórico bem conservado, como o Forte de Óbidos, construção militar do século XVII recentemente restaurado. É, também, uma região de forte influência cultural indígena e africana, materializada nas festas populares, na culinária e no artesanato local. A cidade de Oriximiná, por exemplo, abriga vários quilombos.

 Uma vila de pescadores às margens Tapajós que, no período da vazante (verão amazônico de agosto a novembro), quando chove menos e o rio chega a baixar dez metros, revela uma das mais belas praias brasileiras, de águas doces transparentes e areia branca, cercada pela floresta e pela magia de seus antigos habitantes, praia de Alter do Chão (distante 30 km de Santarém via estrada PA-457). A natureza impressiona: o lago verde, a floresta alagada, os botos; e também abriga um rico patrimônio da cultura viva, como a centenária Festa do Sairé ou Çairé, que mistura elementos religiosos e profanos. Dispõe de bons equipamentos e serviços turísticos, como contemplação da paisagem, banho de sol e rio, passeios de barco pelo lago verde e floresta alagada, trilhas até a serra da Piraoca e a piracaia, que é uma espécie de luau amazônico.

 Sol e praia é um segmento muito convidativo a quem quer conhecer o Pará. A abundante presença das águas no território paraense é responsável pela formação de belíssimos recantos naturais, seja em praias formadas pelos rios ou mesmo no litoral atlântico e ainda em igarapés de águas calmas e geladas. As possibilidades são diversas: praias litorâneas como Atalaia e Corvina, em Salinópolis, Marudá, em Marapanim e praia da princesa na vila de Algodoal, na ilha de Maiandeua em Maracanã, Ajuruteua, em Bragança, praia do Pesqueiro no Marajó. Também são encantadoras as praias de rios, a exemplo do Morubira, Chapéu Virado, Paraíso e outras na ilha de Mosqueiro, praia do Amor, na Vila de Alter-do-Chão, em Santarém, praia do Tucunaré, em Marabá, praia das gaivotas em Conceição do Araguaia, Caripi em Barcarena, e tantas outras que fazem parte do vastíssimo leque de possibilidades para quem deseja curtir o sol e calor que predominam durante o ano inteiro na região.
COMO CHEGAR:
 Pólo Tapajós: é por Santarém, que tem porto fluvial e está a 50 horas de barco da capital, Belém. A cidade tem também um aeroporto internacional. O acesso às demais cidades do pólo é feito prioritariamente de barco;
 Pólo Marajó: é feito principalmente por barcos e navios que, partindo de Belém, levam cerca de 3 horas para aportar na ilha. É possível chegar a Marajó de carro ou ônibus, por meio de balsas que partem do porto de Icoaraci, cuja travessia dura três horas;
 Pólo litorâneo: se dá pela BR-316, rodovia asfaltada que parte da região metropolitana de Belém.




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